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Mulheres na Pandemia - Mulheres e violência sexual

Os dados do 13º. Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2020 mostram números alarmantes em relação à violência sexual no Brasil. A cada 10 estupros notificados, em 8 deles as vítimas são mulheres, sendo que dessas 50% são negras. A terrível porcentagem de 54% é de meninas até 13 anos. São 4 meninas estupradas por hora. Em mais de 70% dos casos, os abusos sexuais ocorrem na própria casa das vítimas ou do suspeito, que é do sexo masculino em quase 90% dos casos. Como podemos ler esses números? Embora o imaginário comum ainda sustente a ideia de que o estuprador seja um doente mental ou um pedófilo (no caso de crianças), uma espécie de monstro caricato, a realidade revela que a maior parte dos abusadores tem uma aparência comum e está bem perto das vítimas. O problema, portanto, é bem mais profundo do que poderia se pensar a partir de diagnósticos de transtornos individuais. Trata-se claramente de um grave efeito de questões estruturais de nossa sociedade. É evidente que aqueles que comentem crimes devem ser julgados e responsabilizados, mas será que punir é suficiente para acabar com essa violência? O machismo estrutural de nossa sociedade ainda enxerga as mulheres como objetos sexuais, e seus corpos são erotizados desde a infância. A maior parte das mulheres que sofre abuso e violência sexual tende a sentir-se culpada o que pode acarretar, além da violência sofrida, uma série de consequências psíquicas e dificuldades afetivas e relacionais. O histórico pacto de silêncio impera e os abusadores acabam sendo protegidos pela impunidade e pelo segredo, muitas vezes segredos de família. A violência sexual contra mulheres e, especialmente de meninas é, portanto, o sintoma de uma sociedade que expõe as crianças ao consumo ao mesmo tempo em que sua própria imagem passa a um lugar de erotização e mercadoria, em um processo que alguns sociólogos como Jane Felipe de Souza chamou, em 2002 de “pedofilização”. O mesmo falso moralismo que impede atualmente a educação sexual nas escolas e sonega à infância sua condição desejante, ao mesmo tempo incentiva sua espetacularização. Como podemos, juntas, transformar esse cenário trágico? O “Mulheres na Pandemia” convida a debater sobre MULHERES E VIOLÊNCIA SEXUAL com nossas convidadas: Natália Pereira Veroneze é Advogada, mãe e Ativista por Direitos Sexuais e Reprodutivos Neusa Maria é Psicologa, especialista em saúde mental, fundadora do projeto Renascer, e co - autora da cartilha Eu me protejo.

(O "Mulheres na Pandemia" é um projeto independente, voluntário e sem patrocínio, criado pela iniciativa da Psicanalista Ana Laura Prates e da Jurista Margarete Pedroso. Agradecemos a participação igualmente voluntária de todas as nossas convidadas, mostrando que a sororidade e a rede de apoio entre mulheres é o caminho para a construção de um futuro mais justo e feminista) #ParaCegoVerTexto da imagem acima: Mulheres e Violência Sexual. Ana Laura Prates e Margarete Pedroso convidam Natália Veroneze (ativista por direitos sexuais e reprodutivos) e Neusa Maria (fundadora do Projeto Renascer). Sábado 29/08 às 16 horas. Ao vivo pelo Facebook @analaurapratespsicanalista. Mulheres na Pandemia.

Link para o programa:

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