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     Dicas para famílias e educadores

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Veja coisas importantes que as crianças devem aprender e como conversar com elas sobre isso:

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O que as crianças precisam aprender:

 

- Conhecer seu corpo, como fazer pra cuidar dele e quem pode ajudar.

 

- Respeitar seu corpo, respeitar o corpo do outro e saber qual comportamento é certo e errado.

 

- Saber com quem falar se alguma coisa incomodar.

 

- Ter noção de privacidade e vergonha, por exemplo, fechando a porta quando vai ao banheiro.

 

- Saber usar o seu espaço pessoal, respeitar o espaço dos outros.

 

- Entender o conceito “Meu corpo é meu - sou dono do meu corpo”.

 

 

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Algumas ideias de dinâmicas

 

Eu gosto quando ...


Mas eu não gosto quando…


Sentados juntos, use essa discussão para encorajar as crianças a refletirem sobre espaço pessoal e toque.

 

Explique que às vezes é bom quando alguém se aproxima ou toca em você, mas às vezes não é legal.

 

Pergunte às crianças se alguma vez elas ficaram preocupadas ou até com medo.

 

Incentive as crianças a pensarem e verbalizarem o sentimento – pode ser um sentimento de “ô, ô ...”, ou sentir um frio na barriga.

 

Depois que as crianças entenderem a mensagem sobre “toque”, comece a falar sobre “permissão” ou “deixar” tocar em outras pessoas.

 

Por exemplo, um amigo pode ficar feliz com um abraço, mas outra pessoa pode não gostar que você abrace sem pedir antes.


Você pode começar com exemplos como:

- Eu gosto quando meu filho me dá um abraço.

- Não gosto quando alguém senta muito perto de mim no ônibus.


Em conversas em grupo e individuais e durante o jogo, lembre a cada criança, que você, professora, é uma pessoa com quem ela pode falar quando se sentirem chateados, preocupados ou com medo.

 

 

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Somos todos únicos!


Quando você conversa e brinca junto com a criança, lembre a ela o quanto ela é importante e especial.

 

Fale sobre todas as coisas em que ela é boa, suas características e o que você adora nela.

 

Você também pode fazer a criança refletir sobre o que faz seus irmãos, irmãs, primos ou amigos serem únicos e especiais.


Nos primeiros anos de vida e na escola, as crianças devem ser motivadas a serem felizes como são, como querem ser.

 

Na escola devemos fazer nosso melhor para tratar todas as crianças igualmente.

 

Em casa, você pode encorajar seus filhos a serem quem eles querem ser, brincar com todos os tipos de brinquedos, vestir-se e fazer o que gostam, compartilhar as tarefas em casa e ajudá-los a aprender a respeitar os outros.

 

Também é importante encorajar meninos e meninas a serem amigos quando quiserem, e não falar sobre eles como namorada / namorado.

 

 


As palavras que usamos

 

Use as palavras das partes do corpo mais conhecidas - pênis, vagina, bumbum e mama.

 

É importante fazer isso porque se as crianças sabem as palavras corretas todos podem entender o que falam. É uma questão de segurança.

 

E também, dessa maneira elas aprendem que essas são apenas partes de seus corpos, que não devem ter vergonha delas.

 

Meu corpo é meu!

 

Esta é a grande mensagem que queremos passar para as crianças.


As crianças devem aprender que o corpo delas é delas e elas escolhem quem toca nelas.

 

Não force as crianças a darem beijos, abraços ou sentar no colo de outras pessoas, se elas não quiserem.

 

Fale claramente ao seu filho que se alguém tocar ou tentar tocar suas partes íntimas, ele pode contar pra você, ou um adulto de confiança, e que nunca ele vai ser culpado disso.

 

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No banheiro

 

Uma boa oportunidade para incentivar as crianças a pensar sobre o que é privado é quando elas vão ao banheiro ou tomam banho.

 

Além disso ensine a elas a fechar a porta quando forem ao banheiro, tomar banho ou trocar de roupa.

 

A menos que você precise ajudar, as crianças podem começar a fazer cada vez mais coisas com independência. É uma questão de segurança, pois grande parte dos abusos acontecem no banheiro.

 

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Aprendendo sobre sentimentos e fazendo escolhas


Como você está se sentindo?

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Ajude as crianças a reconhecerem e colocarem pra fora seus sentimentos.

 

Em casa, você pode perguntar e falar sobre sentimentos - quando seu filho está animado ou feliz, mas também quando está um pouco preocupado ou inseguro.

 

Uma criança pode saber as palavras corretas para explicar quando sentem alguma coisa, mas você pode ajudá-la a reconhecer como sentimos sentimentos bons ou ruins no corpo (ou na barriga).


Aprender a reconhecer sentimentos e encorajar a conversa ajuda quando a criança é pequena e também quando ela cresce.  

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Saber quem são os adultos de confiança

 

Na aprendizagem na escola, ajudamos as crianças a aprenderem sobre todos adultos que podem ajudar e apoiar quando estiverem preocupadas com alguma coisa.

 

Fale em casa que você está sempre disponível para seu filho e também o ajude a identificar outros adultos em sua vida que amam e cuidam dele.

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Fonte: https://rshp.scot/early-level/

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Relato espontâneo

Ao apresentar a crianças ou adolescentes o material Eu Me Protejo pode haver relatos espontâneos de abusos já ocorridos.

 

Se isso acontecer num grupo, procure retirar a criança do grupo gentilmente.

 

Veja as orientações da psicóloga Liliane Domingo Martins, do Instituto Alexis sobre como proceder nesses casos.

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A importância do relato da vítima no abuso sexual - Liliane Domingos Martins

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1) Dê acolhimento para a vítima, sem pressionar. A criança pode ficar envergonhada, ter medo. Garanta que ela se sinta em segurança para falar.

 

NÃO faça perguntas do tipo: "por que você não correu?", "por que você não reagiu?". Não vai ajudar em nada e faz com que a criança ou adolescente se sinta pressionado.

 

Seja empático, acolha a vítima, ouça o que ela tem para dizer.

 

É muito importante que o ouvinte não demonstre surpresa, espanto, raiva...

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2) Estimule a vítima a falar o máximo que ela puder sobre a situação. Mas isso deve ser feito de uma forma livre e espontânea. Ela não é obrigada a falar de uma experiência de violência. 

 

Para estimular que ela fale de uma forma natural, pergunte: "o que aconteceu?", "o que você quer me contar?" E não interrompa. Deixe a vítima falar livremente, sem fazer perguntas. 

 

Pode encorajá-la a falar dizendo: "e o que mais?", "me conta mais sobre isso". "me conta tudo sobre isso", "e depois?" Não pergunte sobre nenhuma questão específica que ela trouxe.

 

A conversa acaba quando a criança não quiser mais falar.

 

Não é o seu papel investigar. Quem investiga é a Polícia. Tente reunir o maior número de informações que sejam suficientes para fazer o encaminhamento do caso.

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3) Registre tudo o que foi dito, nas exatas palavras da vítima, assim que a entrevista terminar, mesmo que os termos sejam feios e pareçam inapropriados para uma criança.

 

Escreva até as coisas que a vítima disse e você não acha importante, porque outro profissional pode precisar deste dado mais adiante no processo. 

 

Anote como ela estava no momento do relato, se estava emocionada ou tranquila, o que ela te disse que aconteceu, o que ela sentiu, que roupa ela estava vestindo,

 

 

Por que ter estes cuidados?

 

A ideia é que quem ouve o primeiro relato registre tudo para que a criança não precise ser ouvida diversas vezes, sendo revitimizada. 

 

Falar da experiência abusiva pode ser muito difícil. Um primeiro relato cuidadoso e detalhado ajuda no andamento do processo.

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